segunda-feira, 24 de novembro de 2014


Entrevista coletiva com Laerte no Instituto Itaú Cultural, reuniu estudantes de Comunicação nesse sábado (22)

Depois de expor obras do Cartunista Laerte na 20ª edição do projeto Ocupação, que reuniu 2173 tiras, sendo 300 delas originais, com curadoria de Rafael Coutinho, filho de Laerte, e cenografia de Fred Teixeira, o Itaú Cultural recebeu novamente a artista para uma entrevista coletiva na Sala Vermelha do Instituto. O evento, organizado pela OBORÉ, aconteceu no dia 22 de Novembro (sábado) às 14 horas.

Laerte foi aluno da ECA (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) e teve grande importância na criação da imprensa universitária na década de 1970. 
Em sua coletiva para o projeto Repórter do Futuro, Laerte conversou com seu amigo, Jornalista e Diretor da OBORÉ, Sergio Gomes, e falou tanto sobre os seus 40 anos como cartunista que transformou o uso da imagem como linguagem que foi fundamental na comunicação entre sindicatos e operários - quando integrante da equipe que criou a OBORÉ -  até a mudança de estilo a partir de 2004 e o ativismo LGBT.

A entrevista contou ainda com estudantes de Jornalismo, Rádio e TV e Publicidade e Propaganda, que fizeram perguntas sobre sua carreira, militância, sua resistência à ditadura militar, liderança LGBT e seus projetos para o futuro.

"Um artista com talentos múltiplos e com uma história que vai além da militância e liderança LGBT que a juventude atual conhece. Todo o seu passado é ligado aos movimentos sociais e, mesmo depois de décadas, seus trabalhos continuam atuais." 

Ao final da coletiva, Laerte distribuiu autógrafos e posou para fotos com os estudantes. Confira alguns momentos da ocupação Laerte e de sua entrevista para o projeto Repórter do Futuro:

http://noticias.bol.uol.com.br/fotos/entretenimento/2014/09/21/ocupacao-laerte-itau-cultural---sao-paulo2014.htm?fotoNav=1#fotoNav=1




Por Priscila Nastroyanne - Estudante do 1º ano de Jornalismo

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A publicidade deve ser proibida para crianças?


Aproveitando que o assunto está em alta, o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), causou surpresa em muitos dos participantes. Segundo as pesquisas apontam, a publicidade influência as crianças em até 80% das decisões,mais afinal, ela deve ou não ser proibida aos pequenos ? O tema gera polêmica e há controversas.

É claro que a publicidade se esforça ao máximo para vender toda a sorte de produtos as crianças, um projeto que está em votação na Câmara dos Deputados quer proibir a propaganda voltada para jovens de até 12 anos. Para os contrários à lei, a proibição é uma medida autoritária e inútil, afinal, a quem convém proibir a publicidade para as crianças ? 


Sim
As crianças não têm maturidade suficiente para se proteger da persuasão exercida pela publicidade, sendo facilmente seduzidas para o consumo. O Estado tem a obrigação de interferir para defender o público infantil dessa lavagem cerebral publicitária. Ainda mais quando esse estímulo é feito por meio de uma concessão pública, que é a televisão.
Os abusos da publicidade contribuem para a obesidade infantil. Pesquisas comprovam a relação entre os comerciais de alimentos e o sobrepeso infantil. Um estudo do National Bureau of Economic Research, nos EUA, mostrou que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, o número de crianças gordinhas seria quase 20% menor.
Com campanhas milionárias, repetidas à exaustão, a publicidade acaba anulando a autoridade dos pais, que ficam reféns das demandas consumistas criadas nos filhos. O resultado são crianças frustradas e em conflito com a figura paterna.
A necessidade de regulamentar a publicidade infantil é um consenso mundial. E a maioria dos países desenvolvidos já adotou legislações restritivas. Na Suécia, por exemplo, é vetado qualquer tipo de propaganda para crianças. Inglaterra, Alemanha, Espanha e Canadá também têm leis severas contra o oba-oba publicitário.
Não
Não se pode privar um jovem de informação, seja de que tipo for. Ele só terá maturidade se for educado para ter uma visão crítica sobre tudo com o que entra em contato, como uma propaganda. Nesse sentido, a solução para controlar o consumismo infantil é a educação, e não a restrição. Se o mal fosse a exposição de produtos, deveríamos proibir também as vitrines em lojas.
A obesidade não é causada pela propaganda, mas, sim, por uma série de fatores, desde socioculturais até genéticos. O que falta é uma boa educação alimentar. Não adianta impedir a publicidade de alimentos gordurosos se, em casa, a galera vê os pais enchendo a pança de frituras.
Em um sistema democrático, não pode ser delegado ao Estado o poder de decidir sobre os hábitos de consumo de um indivíduo. A conscientização de uma criança nasce da boa orientação passada pelos pais, e não de uma norma imposta por decreto.
Ninguém questiona que as propagandas abusivas devam ser controladas. A questão é que já há mecanismos eficientes para isso no Brasil. O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) tem uma resolução que trata do cuidado com público infantil, e nosso Código de Defesa do Consumidor é um dos mais avançados do mundo.
E você compra qual ideia ?
Priscila Nastroyanne - Estudante de Jornalismo  (Fontes de pesquisa - Stalimir Vieira, especialista em publicidade infantil da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP))

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Indignação que o Bolsa Família desperta não se estende aos inúmeros “auxílios” destinados aos “homens públicos”

Hoje o Blog retoma um tema que motivou debates dos mais barulhentos na campanha presidencial: o Bolsa Família ou, mais especificamente, as críticas dirigidas a ele.
As acusações que classificam o programa de fábrica de dependentes e encostados e ainda de meio para se assegurar votos dos inscritos no BF, mereceram e merecem reflexões.
Mas o que mais chama atenção é que a indignação dos que atacam a iniciativa se limita ao  programa.
Benesses destinados aos homens públicos – deputados, senadores, prefeitos, vereadores e juízes – não motivam 1/10 da ira dirigida ao Bolsa Família.
São auxílios moradia, paletó, alimentação, verba de gabinete, verba indenizatória (passagens, gasolina), bolsa escola para os filhos (no caso de magistrados) que consomem milhões dos cofres públicos e reforça as cifras de salários já privilegiados.
Enfim, um rosário de penduricalhos salariais que contribui para engordar contas e fortalecer ainda mais as “castas” cujos sobrenomes abrem, há séculos, as portas do poder.
Pois bem. Nesse tempo em que o BF serviu combustível para incendiar debates sobre abusos, benesses e estímulo à vagabundagem não se viu ou se ouviu um pio contra essa rede de benefícios que enche os bolsos do que ocupam o poder público.
Volto ao assunto porque por onde passei durante esse período em que estive de recesso, ouvi, por inúmeras vezes, que o Bolsa foi o “grande culpado” pela  vitória de Dilma ao mesmo tempo faz com que ninguém queira mais trabalhar.
E esse tipo de comentário partiu de gente que está longe de ocupar o topo da cadeia econômica. Trata-se de apenas remediados que agora, veja que tristeza, não conseguem arrumar uma “moça” (empregada doméstica) ou alguém para derrubar uma roça.
Não se sabe como os muitos milhões gastos mensalmente com a infindável lista de agrados destinados aos políticos impacta na economia, além de garantir facilidades e “felicidades” aos ávidos beneficiários.
Já o Bolsa Família, além de livrar milhões da fome, faz a roda da economia girar, como mostra matéria de 2013 do Valor, abaixo:

Ipea: cada R$ 1 gasto com Bolsa Família adiciona R$ 1,78 ao PIB

Dito isso, vale destacar que o Blog torce para que esse debate e prossiga e, principalmente, que a indignação dirigida ao BF se estenda à teia de auxílios instituída nas casas legistativas, Executivo e Judiciário.
Quem sabe, um dia, os excessos assegurados aos políticos com o suor do contribuinte motivem protestos e entrem na pauta das campanhas.

Josué Nogueira – Graduado em jornalismo e pós graduado em História Contemporânea